"Irmãos, não julgo que o haja alcançado. Mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que para trás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus." (Fp 3: 13,14)
O apóstolo Paulo, com convicção no seu coração, cada vez mais demonstrava maior desapego por questões relacionadas a esta vida – tanto nas questões temporais, como nas questões de prestígio e reconhecimento humano, e ainda no que diz respeito ao suprir de suas necessidades – mostrando-se sempre dependente de Deus (Fl 4:11,12), buscando a cada dia com maior empenho consagrar-se a Cristo, vislumbrando um lugar de realização em Deus e não em qualquer outra coisa.
Paulo, ao despojar-se dia após dia de si mesmo e de tudo aquilo que se lhe opunha contra esta busca, exorta-nos ao mesmo tempo quanto a aqueles que andavam sonolentos e inconstantes em sua caminhada de fé. Estes, na verdade, não haviam até então percebido que somente estavam usando Deus para as próprias realizações e satisfação de suas loucas concupiscências, desenfreados em suas carnalidades e tendo Deus como amuleto realizador de seus desejos.
Como homem de Deus que foi, Paulo não poderia, nem conseguiria, calar-se e não denunciar o pecado de idolatria dominante na vida destes que, segundo suas palavras, tinham como deus o seu próprio ventre e não pensavam em outra coisa, se não naquilo que fosse terreno.
É terrível a forma como o pecado cega homens e mulheres que não têm em suas vidas prioridades bem definidas em seus corações, prioridades estas principalmente relacionadas ao Reino de Deus e a seus propósitos eternos, pois, quando um homem não vive para Deus, vive vazio e ludibriado por seu coração enganoso e influenciado pelo 'príncípe deste século'.
A Palavra da Verdade afirma: "Não vos enganeis..." (Gl 6:7). Aqueles que querem satisfazer a carne terão a recompensa amarga, trazida pela dureza e ignorância de corações que não se rendem a Deus e a Sua Vontade. Antes, se entregam ao orgulho e arrogância presentes no agir dos inimigos de Deus e de seu Reino Bendito.
Ao cristão, cujo coração foi iluminado, cabe a completa sujeição ao querer e efetuar do Mestre Amado, que produz o aperfeiçoamento daquele que foi feito uma nova criatura, criado em Cristo para louvor de Sua glória e veneração de Sua Santidade.
Este não se ocupa mais com questões insensatas e tolas, que só procuram atrasar a corrida na carreira proposta pelo Salvador, porém se apresenta constantemente como sacrifício vivo (Rm 12:1), para que o cheiro suave chegue às narinas d'Aquele que está assentado sobre um Trono de Glória (Ap 20:11).
O cristão prudente entende que está unido ao Senhor em um mesmo espírito (1 Co 6:17) e não pode viver de outra maneira se não aquela que agrada ao seu Senhor. Uma vez que é escravo de Cristo, comprado com o Sangue Precioso vertido no madeiro.
Ainda que seja calado pela inveja, como foi Abel, terá suas ofertas falando por ele (Hb 11:4).
Ainda que esteja velho, verá cumprida a promessa de Deus em sua vida (Gn 21:2).
Ainda que não tenha abundância material, como Moisés entrará nos tabernáculos eternos (Dt 3:26).
Ainda que perca tudo, terá a certeza de que seu redentor vive (Jó 19:25).
Ainda que seja o menor entre os homens, será considerado segundo o coração de Deus (At 13:22).
Este, ainda que caia, não ficará prostrado (Salmo 37:24).
Ainda que esteja encavernado pelas circunstâncias, ouvirá Deus lhe chamar (1 Reis 19:9).
Ainda que lançado na fornalha, não negará o seu Deus (Dn 3:17,18).
Mesmo que não veja a figueira florescer, confiará no Senhor (Hc 3:17).
E ainda que seja pendurado no madeiro, dirá "entrego a ti meu Espírito" (Lc 23:46).
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